A herança de Luiz Gonzaga



No dia 02 de agosto de 1989, deixava uma grande saudade no coração dos brasileiros o Rei do Baião. Luiz Gonzaga, com seus trajes sertanejos e sua sanfona, difundiu a música nordestina pelo país. Nascido na cidade pernambucana Exu, em 1912, começou a gostar da sanfona, observando seu pai, Januário José dos Santos. O seu gosto pela música não esmoreceu mesmo tendo uma vida de muito trabalho na roça.


 


            Começou logo a tocar nos forrós da cidade e, aos 17 anos, deixou a terra natal, para entrar no exército em Fortaleza, CE. Com a revolução de 1930, Gonzaga percorreu muitos estados e chegou a Juiz de Fora, MG, onde conheceu e o sanfoneiro Domingos Ambrósio, o Dominguinhos. Em 1939, sai do exército e começa a ganhar a vida com música, primeiro em São Paulo, depois no Rio de Janeiro.


 


            Foi no programa de Ary Barroso, que Luiz Gonzaga tocou sua primeira música, Vira e Mexe, fazendo muito sucesso. Foi contratado, em seguida, pela Rádio Nacional. Nas décadas de 1940 e 1950, o baião está no seu auge, e Luiz Gonzaga se consolida com um dos compositores mais populares do país. Asa Branca, que narra toda a trajetória do imigrante nordestino, foi a música que mais lhe trouxe reconhecimento.


 


            Em 1981 recebe os dois discos de ouro de sua carreira. No ano seguinte, resolve voltar a Exu. Com o slogan O Rei Volta Para Casa, Luiz Gonzaga faz um grande show em sua cidade natal, com a presença de Fagner, Elba Ramalho e outros artistas famosos. Em 1984, recebe o troféu Nipper de Ouro. Em 1986, participa ainda de um espetáculo com vários artistas brasileiros na França, que reuniu 15 mil pessoas.


 


            Em 1987, descobre um câncer que o enfraqueceria aos poucos. Mas a doença não o impediria de fazer, em junho de 1989, seu último show no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco. Mesmo na cadeira de rodas, Gonzaga cantou e agradeceu aos que lhe ensinaram a arte. “Ninguém vai acabar com o forró. Não vai, porque essa é a música do povo”, exclamou ele ao final. Gonzaga partiu, mas deixou uma grande herança musical para a cultura brasileira.


 


 


As principais canções de Luiz Gonzaga:



            Entre as mais de 200 canções do Rei do Baião, as mais famosas são: Asa Branca, Assum Preto, Baião, Lorota Boa, Olha pro Céu, O Xote das Meninas, Qui nem Jiló, Tá Bom Demais, Vira e Mexe e Xamego. Em Exu, Gonzaga construiu um museu para guardar todo o seu acervo, o Museu do Gonzagão e instituiu Organização Não-Governamental Parque Aza Branca para cuidar da riqueza cultural que deixou para o país.

De |agosto 2nd, 2007|Notícia|Comentários desativados em A herança de Luiz Gonzaga