Recursos dos Brics aceleram combate à pobreza
Por Rânia Fernandes
Os países dos Brics (Brasil, Rússia, India, China e África) avançam em ritmo acelerado se comparados aos do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá), por desenvolverem ações que ajudam países mais pobres. A conclusão está em um relatório da organização internacional Global Strategies initiatives (GHSi), divulgado esta semana, em Nova Delhi, na Índia, onde os líderes políticos do bloco estão reunidos até amanhã (27).
O relatório da GHSi mostra que os Brics se destaca de outros blocos por usar de recursos para melhorar a situação de saúde nos países mais pobres do mundo. Como exemplo, o documento cita a decisão do governo do Brasil – que foi um dos pioneiros nos tratamentos de HIV/aids – de apoiar a construção em Moçambique, de uma fábrica de drogas antirretrovirais.
Segundo, Oliver Stuenkel, professor da FGV-SP, a ajuda dos Brics colocaram a África no mapa do mundo novamente. “O continente deixou de ser visto como uma região de pobres coitados que precisam de ajuda. Depois dos Brics, a África é vista como uma grande oportunidade, como um parceiro com grande potencial de consumidores.”
Conforme dados do relatório o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul também estão coordenando esforços em setores como agricultura, ciência e tecnologia, além de investir em pesquisa e desenvolvimento, o que poderia ter um impacto direto em países pobres.
Na reunião da cúpula dos Brics, na qual a presidente Dilma estará presente, será apresentada a proposta da criação do Banco de Desenvolvimento para o bloco. A ideia fortalece os investimentos em projetos de infraestrutura e desenvolvimento. O processo de criação do banco deve ocorrer a longo prazo.
Orçamento – O relatório estima que os gastos do Brasil com ajuda externa tenham ficado entre US$ 400 milhões e US$ 1,2 bilhão em 2010 (já que o país não divulga números anuais). A Rússia teria desembolsado cerca de US$ 500 milhões no mesmo ano, enquanto a Índia teria gasto US$ 680 milhões, a China, US$ 3,9 bilhões, e a África do Sul, US$ 150 milhões.
Com informações da Agência Brasil