Morre aos 95 anos, o artista plástico e sacerdote Mestre Didi

O Brasil perde mais uma referência negra para sua história e cultura. Faleceu em Salvador, na madrugada do último sábado (05/10), aos 95 anos, Deoscoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi, líder espiritual e artista plástico. Reconhecido internacionalmente, o Mestre é famoso por representar em suas obras orixás do Candomblé, assim como elementos da cultura afro-brasileira.

O Culto dos Eguns foi realizado no terreiro do Ilê Asipá, em Piatã, fundado pelo próprio Mestre Didi em 02 de dezembro de 1980, o espaço sagrado foi escolhido para velar o corpo do Alapini (Supremo Sacerdote), título máximo da hierarquia sacerdotal nagô recebido em 1985. O sepultamento aconteceu nesse domingo (6/10) no cemitério Jardim da Saudade, no centro da capital baiana.

Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), reconhece Mestre Didi como uma das maiores personalidades negras da cultura brasileira. Segundo Cobra, o legado deixado por ele deve ser perpetuado, principalmente, por seu talento natural e importância das obras que realizou para o respeito às religiões de matrizes africanas.

Vida e trabalho – Escritor, ensaísta e líder espiritual Mestre Didi expôs suas obras em Gana, Senegal, Inglaterra, França e Nova York. No Brasil, ganhou reconhecimento após a 23ª Bienal de São Paulo, em 1996, quando recebeu uma sala exclusiva para expor suas obras. Pela Unesco, realizou pesquisas comparativas entre Brasil e África e, em 1980, fundou a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá, do culto aos ancestrais Egun, em Salvador.

Era filho de Maria Bibiana do Espírito Santo, também chamada de Mãe Senhora, uma das principais mães de santo do Ilê Axé Opô Afonjá, era casado com a antropóloga Juana Elbein dos Santos, que o definia como um “sacerdote-artista”, expressando por meio da arte sua cultura, intimamente ligada às tradições africanas.

De |outubro 7th, 2013|Notícia|Comentários desativados em Morre aos 95 anos, o artista plástico e sacerdote Mestre Didi