Desmond Tutu passa a integrar lista de Personalidades Negras da Fundação Cultural Palmares

A Fundação Cultural Palmares informa que, a partir do dia 10 de janeiro de 2022, o nome de Desmond Tutu, arcebispo Sul-africano da Igreja Anglicana, consagrado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua luta contra o Apartheid passou a integrar a lista de personalidades notáveis negras desta entidade.Demond Tutu é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, tendo sido também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996. Desmond Tutu morreu na madrugada do dia 26 de dezembro, aos 90 anos, na Cidade do Cabo. O arcebispo lutava contra um câncer de próstata desde o final da década de 90.Tutu nasceu em Klerksdorp em 7 de outubro de 1931, sendo o segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e de Aleta, uma cozinheira. A família de Tutu mudou-se para Johannesburgo quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na cidade de Johannesburgo, Tutu conheceu Trevor Philips, chefe da paróquia de Sophiatown.Apesar de Tutu ter o desejo de se tornar um médico, sua família não tinha como pagar os seus estudos de Medicina e Tutu resolveu seguir os passos de seu pai.
Tutu estudou na Pretoria Bantu Normal College entre 1951 e 1953, quando foi para a Escola Normal de Johannesburgo. Depois foi para a King’s College de Londres onde adquiriu bacharelato em Teologia. Em 1975, se tornou o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Após ser sagrado bispo, dirigiu a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se tornou secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul.
Sua proposta para a sociedade sul-africana incluía direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitavam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros. Sua firme posição antiapartheid – a política oficial de segregação racial – lhe garantiu, em 1984, o Nobel da Paz. Recebeu o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido, do Brasil e da Alemanha.
Em 1996 presidiu a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Em 1997 divulgou o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano quanto as organizações que lutavam contra o apartheid na África do sul. Foi membro do comitê de patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não violência e da paz.
Apartheid
Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid. Tutu iniciou centenas de protestos em locais públicos contra o governo sul-africano, mesmo assumindo posições altas no clero africano, Tutu continuou a lutar contra a segregação racial em seu país. Como reconhecimento por seus esforços para promover a igualdade na África do Sul, Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984.
Reconhecimento
Desmond Tutu já recebeu 4 prêmios internacionais por seu trabalho pela igualdade entre as raças: Prêmio Nobel da Paz em 1984; Prêmio Albert Schweitzer em 1986; Prêmio Gandhi da Paz em 2005; Medalha Presidencial da Liberdade em 2009; Prémio Internacional Catalunha em 2014; Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 28 de outubro de 2011. Tutu também já foi condecorado Capelão da Ordem de São João pela Rainha Isabel II em 1995.