Gol cidadão: Vasco da Gama adota medidas anti-racismo

O presidente Eloi Ferreira de Araujo, com a logo impressa nas camisas do uniforme do Vasco da Gama
Por Daiane Souza
No Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, o país do futebol já registrou pelo menos quatro casos de racismo sofridos por jogadores dentro e fora dos campos, sendo que dois aconteceram no último domingo (27). Na contramão dos episódios, o Clube de Regatas Vasco da Gama (CR Vasco da Gama) adota medidas anti-racismo e recebe apoio do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo.
A mais nova medida adotada pelo Clube de Regatas Vasco da Gama foi o lançamento do 3º uniforme de jogo com a marca a Igualdade Racial. Eloi Ferreira de Araujo participou da solenidade de lançamento e propõe que medidas como esta sejam disseminadas entre os times de futebol, o que contribuiria muito para a produção simbólica de valores contrários ao da intolerância e do preconceito racial.
REFERÊNCIA – O Vasco da Gama é referência na luta contra as desigualdades raciais e sociais desde o início do século XX. Foi o primeiro clube a aceitar pessoas de todas as etnias e níveis sociais, contrariando as opiniões da elite dominante. Enquanto atitudes violentas por parte de torcedores invadem os estádios internacionais, o Vasco e sua torcida promovem iniciativas para fortalecer o sentido de dignidade e respeito de seus atletas, com apoio financeiro da Penalty.
De acordo com o presidente do clube, Carlos Roberto Dinamite de Oliveira, no time, o bom senso e o respeito estão sempre acima das relações interpessoais. “Pugnar pela igualdade é marca vascaína. Tentaram nos impor restrições que, se aceitas, não sobreviveríamos. O futebol não seria o esporte de massa que é hoje. Se aceitas, talvez a luta contra o racismo estivesse ainda mais atrasada”, explica.
CASOS – Somente no último fim de semana, foram registrados dois casos de racismo contra jogadores brasileiros de futebol: o atacante Diego Maurício, da Seleção Brasileira Sub-20, foi exposto a sons de macacos, emitidos pela torcida boliviana, durante jogo contra a Bolívia no Peru; e uma banana foi atirada contra o atacante Neymar, ao fim de um jogo entre Brasil e Escócia em Londres.
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Ano dos Afrodescendentes
Medida estipulada pela ONU, o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, 2011, é um apelo à comunidade internacional no sentido de se promover igualdade de oportunidades e o respeito aos direitos fundamentais dos afrodescendentes, que só no Brasil correspondem a 51,6% da população (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – 2009).
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