Juca Ferreira – Ministro de Estado da Cultura

A Fundação Cultural Palmares encerra seu 22º ano com um balanço que notabiliza a maturidade de sua existência. Criada pelo Ministério da Cultura com o objetivo de contrapor à hegemonia do discurso eurocêntrico no País o valor da cultura afro-brasileira, tem  desempenhado com competência seu papel de afirmar e promover uma das marcas mais fortes do povo brasileiro.

É importante registrar a grande contribuição desta gestão para a ampliação da democracia nas relações interétnicas no Brasil. A liderança da Fundação no trabalho de esclarecimento, articulação e mobilização da sociedade para a formulação, efetivação e monitoramento de políticas de afirmação cultural é digna de nota – e aplauso.

A Palmares teve participação direta e proativa nas discussões sobre a implantação do sistema de cotas nas universidades brasileiras e na discussão do Estatuto da Igualdade Racial, duas das ações do Governo Lula em defesa da cultura afro-brasileira. E isso se deve ao compromisso, à garra e ao preparo da equipe formada por seu presidente, Zulu Araújo.

Mas ela fez muito mais. Às realizações dentro do largo espectro de suas atribuições, que vão da dimensão social à dimensão artística, somou a implantação e consolidação de um modelo de gestão que expandiu consideravelmente o acesso à produção e fruição de bens culturais no território nacional.

Ao dar significado à relação entre cultura e desenvolvimento, a Fundação Cultural Palmares ganhou força, projeção e legitimidade, justificando amplamente a sua missão de promover a inclusão da população afrodescendente nos processos de construção de cidadania.