Por Eliane Borges – Chefe de Gabinete
Em 2008, as comemorações pelos 20 anos de criação da Palmares ganhavam um grande significado. Eram inauguradas as novas instalações da Fundação, uma de suas vitórias, em meio a tantas batalhas. Como sempre frisou seu presidente, um dos principais responsáveis pela mudança, o ato traduzia uma importante conquista simbólica: a “saída dos porões”, pois a antiga sede estava localizada em um subsolo, em condições precárias de trabalho, iluminação e salubridade.
Saindo de um prédio onde ocupava 1.300 m² e alojando-se em um espaço de 2.980 m², com instalações modernas, dignas e acolhedoras, a Fundação buscou aprimorar não só as condições de trabalho do seu quadro técnico, mas também o serviço prestado por este, que passou a contar com uma infra-estrutura física, tecnológica e informacional de melhor qualidade, facilitando o cumprimento de sua missão institucional.
Atendendo às necessidades futuras da instituição, o novo espaço passou a abrigar uma biblioteca, que, hoje, tem seu acervo disponibilizado on-line; uma sala de leitura dotada de computadores conectados à internet; um espaço multimídia, com equipamentos de última geração; uma galeria de arte e um auditório com capacidade para 120 pessoas. Tudo isso disponibilizado para o público em geral.
A simbologia dessa mudança alterou o trabalho da Fundação junto ao seu público-alvo em vários sentidos. Uma instituição cuja missão é “promover a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra visando à inclusão e ao desenvolvimento da população negra no Brasil” sabe o significado e o poder que a palavra “auto estima” processa no inconsciente coletivo de negras e negros.
Sem sombra de dúvida, o novo prédio influenciou positivamente a auto estima da equipe da Palmares, trazendo resultados que podem ser contabilizados em cada uma das áreas representadas nesta publicação. Casa arrumada, cresceu a vontade de lutar por uma estrutura que correspondesse às atribuições que a Fundação foi conquistando ao longo dos anos.
Assim, pleiteou-se junto ao Ministério do Planejamento a tão sonhada reestruturação administrativa. E, além da ampliação do quadro técnico, com a criação de 32 novos cargos comissionados, foi estruturado o Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, com competência para responder às áreas do ensino, da pesquisa e da disseminação do conhecimento acumulado nesses 22 anos de existência.
A mudança física, portanto, se espalha pelo campo simbólico, trazendo benefícios a todos e todas e permitindo que a Fundação Cultural Palmares continue o trabalho de promoção da cultura afro-brasileira.