Por Tiago Cordeiro e Vanessa Teles – Assessoria Internacional da Palmares
A promoção da cultura afro-brasileira é uma parte essencial da missão da Palmares, e não pode ser cumprida apenas no Brasil, isoladamente. São imprescindíveis ao trabalho de valorização da cultura de matriz africana o intercâmbio cultural e a troca de experiências com políticas públicas. Nessa perspectiva, a Fundação promove ações internacionais, contemplando especialmente a África e a América Latina e Caribe.
Só na América Latina e Caribe são 150 milhões de afrodescendentes! E para motivar a troca de experiências entre esses contingentes populacionais dispersos, a Fundação tem promovido, apoiado ou participado de políticas, programas e projetos internacionais focados na cultura negra, contribuindo significativamente para a construção da Agenda Afrodescendente nas Américas.
Uma das mais importantes iniciativas neste sentido é o programa Intercâmbios Afro-Latinos, que gerou o Observatório Afro-Latino, e cujo ápice é o Encontro Afro-Latino e Caribenho. Organizada pelo MinC, por intermédio da Palmares, e sediada na cidade do Salvador (Bahia, Brasil), a 2ª edição do Encontro, efetivada este ano, mereceu o elogio dos ministros de Estado reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana de Cultura (Argentina).
O trabalho feito junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também é fundamental para a nossa política externa, e com muito esforço desenvolvemos o Portfólio de Perfis de Projetos Culturais da CPLP, que é um verdadeiro instrumento de articulação entre os países da Comunidade e a sociedade civil na área cultural.
No continente africano, um especial parceiro, podemos ressaltar a realização do Expresso do Brasil na Copa, durante a Copa do Mundo na África do Sul, que gerou um forte intercâmbio artístico entre os dois países; e as comemorações pelos 550 anos de Cabo Verde, decisivas para a construção da agenda entre o Brasil e um povo que exerceu papel relevante na formação de nossa sociedade.
Há ainda a participação na Conferência Global das Nacionalidades Negras, no III Congresso Iberoamericano de Cultura e no Projeto Afrodescendentes para o Patrimônio Imaterial da América Latina; assim como os inúmeros contatos estabelecidos com entidades internacionais. Enfim, são muitos os indícios do sucesso da política voltada para as relações internacionais e, consequentemente, para a promoção de nossa cultura. Comemoremos!