Pernambuco combate racismo
Recife, 26/7/06 – O Ministério Público de Pernambuco fará questionário a ser preenchido por promotores e servidores para identificar possíveis práticas discriminatórias no interior da instituição e em relação ao público.
O Estudo terá o apoio do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o resultado deverá ser conhecido até o final deste ano e servirá de base para a adoção de medidas de prevenção e combate ao racismo no MP pernambucano. A iniciativa faz parte de uma parceria envolvendo o MP e o PNUD, para implantar o Programa de Combate ao Racismo Institucional no Ministério Público. O projeto vem sendo desenvolvido pelo PNUD desde abril do ano passado e já foi aplicado em órgãos estaduais e municipais de Salvador, Recife e São Paulo.
Segundo a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Discriminação Racial, Maria Bernadete Figueiroa, é preciso que as pessoas aprendam a detectar o racismo onde essa prática se manifesta. “Precisamos nos conhecer, constatar que somos racistas, como todas as instituições, e atuar para combater isso. A partir do momento em que descobrimos quem somos, onde estão os negros do Ministério Público, que cargos eles ocupam, como o racismo afeta nossa atuação institucional, vamos poder nos capacitar para agir”, afirma. O Grupo foi criado em 2002 para sistematizar os esforços do órgão no combate ao racismo e na promoção de medidas de inclusão social para os afrodescendentes.
A parceria entre o PNUD e o Ministério Público pernambucano prevê, além do diagnóstico, incentivo à realização de outras ações. Entre as atividades estão o mapeamento das comunidades quilombolas dentro das comarcas onde o Ministério Público atua e o apoio à divulgação do boletim do grupo de trabalho, para que ele tenha uma maior repercussão dentro e fora do órgão.