Conselho do Negro do DF quer ações contra diabetes, hipertensão, anemia falsiforme e glaucoma, voltadas à população negra

Brasília, 10/4/07 – A nova gestão do Conselho de Defesa dos Direitos do Negro do Distrito Federal (CDDN,) cuja posse está marcada para o próximo dia 11 de abril, quarta-feira, às 19h30, no Foyer do Teatro Nacional, assume com o compromisso de implementar políticas voltadas para a saúde da população negra do DF, uma vez que pesquisas, inclusive do Ministério da Saúde, vem apontando que esse segmento da população é mais vitimado por certas doenças, em comparação com outras etnias.


O presidente do Colegiado, João Batista de Almeida Sérgio, mais conhecido como João Bilola, defende a necessidade de desenvolver campanhas de conscientização e a adoção de políticas públicas com ênfase em hipertensão, diabetes, glaucoma e anemia falsiforme, que atingem em maior escala negros e negras.


“Muitos afro-descendentes simplesmente desconhecem essa realidade, sobretudo, por causa do mito de que o negro é de uma raça mais forte e outros estereótipos que foram construídos historicamente”, disse João Bilola.  De acordo com a legislação do Distrito Federal, o CDDN é responsável por coordenar, formular e fiscalizar políticas que digam respeito à eliminação da discriminação racial e ao combate à violência de que são vítimas afro-descendentes.


Exclusão


João Bilola também alerta sobre a exclusão em que está imersa a população negra do DF. Utilizando-se de pesquisas feitas pelo arquiteto e urbanista Marcel Sant’Ana, divulgadas em 2006, por ocasião de dissertação de mestrado defendida na Universidade de Brasília (UNB), ele afirma que o caso de Brasília e demais cidades reflete um quadro nacional de indicadores sócioeconômicos desfavoráveis da população afro-descendente. 


Segundo Marcel Sant’Ana, nas áreas de pouca infra-estrutura, a população negra é maioria. Já onde a renda é maior e as condições de vida são melhores, os brancos prevalecem. Por conta desse cenário, Estrutural, Brazlândia e Recanto das Emas são as três regiões que apresentam maior porcentagem de população afro-descendente entre seus moradores – 65,3%, 63,3% e 63,2%, respectivamente. Lago Sul e Lago Norte, no entanto, estão no topo das regiões onde os brancos são maioria – 84,3% e 76,4%, seguidos das Asas Sul e Norte – 76,6%.


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