Zulu Araújo é homenageado pelo Projeto Pérolas do Saber

Recife, 11/5/07 – O presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, foi uma das personalidades homenageadas do Projeto Pérolas do Saber. A cerimônia foi realizada na noite desta quinta (10) no Teatro Santa Isabel, em Recife. O objetivo do evento foi reconhecer a atuação de brasileiros que trabalham pela igualdade racial no País. Além de Zulu Araújo, também foram agraciados com o reconhecimento a representante do Núcleo Afro do Recife, Claudilene Silva e a cantora Virgínia Rodrigues.


O presidente da FCP/MinC permanece na capital pernambucana, onde cumpre agenda e recebe outra homenagem. Zulu recebe o título de benemérito pelos relevantes serviços prestados para a preservação da Cultura Negra pela Sociedade Beneficente Mista Culto Africano Senhora Santana.


Os Homenageados:


O baiano Edvaldo Mendes Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares é arquiteto de formação, produtor cultural e reconhecido militante do Movimento Negro brasileiro. Mais conhecido como Zulu Araújo, foi o responsável pela produção de inúmeros eventos culturais no Brasil e no exterior que contaram com o apoio da Fundação Cultural Palmares, a qual respondeu de 2003 a 2007 pelo cargo de diretor de Estudos, Projetos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira. Tem larga experiência na gestão de políticas culturais voltadas à população negra, já tendo sido administrador e coordenador cultural da Praça Reggae, assessor do Grupo Cultural Malê, conselheiro do Olodum e assessor especial da Secretaria de Cultura da Bahia.

O trabalho de Claudilene Silva é reconhecido pelas ações que promove a frente do Núcleo da Cultura Afro-Brasileira. O departamento é um setor da Fundação de Cultura Cidade do Recife, vinculado ao Departamento de Documentação e Formação Cultural. Criado em 2001 para atender à demanda de valorização das manifestações culturais de matrizes africanas, desenvolve um trabalho de fortalecimento das ações de entidades de cultura negra, acompanhando reuniões e apoiando os encontros; além de realizar Curso de Gestão Cultural para lideranças de grupos afro-brasileiros, entre outras atividades de formação.


Virgínia Rodrigues foi descoberta por Caetano Veloso durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, em 1997. Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes, ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. De origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia entre o erudito e o popular. O primeiro disco foi produzido por Celso Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto.

 

As músicas foram escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui canções como Noite de Temporal, de Dorival Caymmi, além das participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento. Sol Negro foi bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, tendo, inclusive, sido elogiado nos jornais The New York Times, Le Monde e na revista Rolling Stone.

 

A ex-manicure saída de uma favela de Salvador realizou, em um ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.

Em seu novo álbum, Nós, Virgínia homenageia os blocos afro de Salvador. Seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. O The New York Times já a definiu como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu do Brasil nos últimos anos”.

De |maio 11th, 2007|Notícia|Comentários desativados em Zulu Araújo é homenageado pelo Projeto Pérolas do Saber