Samba de Roda do Recôncavo baiano ganha página na Internet

Brasília, 12/9/07 – Recentemente elevado à condição de Patrimônio Imaterial da Humanidade, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano encanta a todos os visitantes que vão a Bahia e também aos moradores. Para disponibilizar ainda mais o acesso de todos a este patrimônio imaterial, um site construído especialmente para o Samba de Roda oferta aos internautas 22 sambas de pura raiz. Para conhecê-los é só clicar, ouvir e fazer download. A iniciativa tem o apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan/Minc), Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro) e Associação dos Sambadores e Sambistas do Estado da Bahia. Para conhecer mais sobre o Samba de Roda do Recôncavo, acesse www.pixelindoor.com.br/sambaderoda.


O Samba de Roda é um estilo musical tradicional afro-brasileiro, associado a uma dança que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado por canto e palmas.


O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.


O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.


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